cada dia escuto movimento. não é indiferente se me demoro mais perto do chão ou mais
perto do céu, se me desloco ternamente atravessando ou não o quarto ou a sala, se pauso,
avanço, recuo, deixo aparecer o embalo ou a ruga... cada dia escuto como o corpo que vai
sendo sofia considera movimento.
parece-me muito insistente que os “humanos”
se dediquem, com maior ou menor intenção,
a entupir a passagem de movimento.
o corpo que vamos sendo ensina-nos tanto
sobre essa “passagem do movimento”.
os gestos, os pensamentos, os comportamentos,
mesmo os tecidos orgânicos a que
chamamos “corpo físico” como os ossos, as fáscias,
as “emoções”, vão documentando essa
passagem ou entupimento do movimento
que sentimos acontecer no vento, nas águas,
nas pedras, nos gatos, nos espaços entre,
nas constelações de estrelas, no “nascer e pôr do sol”,
nas paisagens sem nome.
demorar-me nessa escuta é uma alegria imensa.
acompanhar a viagem da atenção na complexidade
de escalas, de profundidades, de co-existências vem
sendo a dança que sinto nascer a cada momento.
agradeço as mãos, o coração, a pele, os pés que me vão permitindo reconhecer movimento
e agradeço também o grande desajeito de ir sendo que sempre vai expandindo o sentir
nesse imenso não-saber a que chamamos vida.
quantas vezes acompanho movimento, sinto o nascer do gesto, vou vendo, na cegueira
dever não vendo, o gesto a fazer-se forma. um braço que se estende, uma melodia que
se atreve a atravessar o ar... e a chegada do desastre, o desajeito a esculpir o gesto que
já lá estava nascendo...
a possibilidade do movimento aparecer desfaz-se...
não quero controlar nem corrigir nem salvar-me do erro.... quero rir... gargalhar
sofia neuparth
outubro 2024
dei
xar pas
sar mov
ime
nto
vejo-me a desbastar, de forma a conviver com outras formas de viver e ver e lidar.
possível pulverização, ao pensar o corpo ambiente em vida,
trazer para a ação... onde está o pensamento
entre o um e o muitos...
considerar o que vai sendo,
o que está sempre a começar.
considerar o não querer agarrar o desejo ao ver,
nem a história, nem o próprio pensar do pensar e do sentir.
Paisagem.
Dentro dos lençóis da atenção vejo o caminho da aprendizagem, pelo experimentar o outro.
Sentir o pé esquerdo, a temperatura do pé que sobe, quando no chão e rotação, deixá-lo aterrar,
abater com o pé esquerdo quando no chão, sentir, escutar, agradecer.
E abanar as palavras para chegar ao mistério da ampliação da escuta, deitada no som,
abro a porta para o som. não me perco nele.
... e agora, paisagem é
_ patrícia barata, risco out24
temperatura do pé
Como existir acontece no lugar
das relações, seja com outras pessoas,
com o meio, com objetos…
A pesquisa que trago à luz nesta temporada tem sido um treino cotidiano não apenas no estúdio mas em todos os contextos que envolvem o viver há muitos anos.
Nos dias recentes, tenho sentido um desejo incontrolável de dividir esta reflexão, de perguntar junto, de procurar um lugar relacional, um “espaço-entre” onde os jogos de poder e controle não definam as regras. Sem hierarquias. Sem orientação. Não é obedecer às diretivas do outro.
Trata-se de compartilhar o peso mútuo. Sim, o peso do corpo. Não apenas o peso físico mas o peso abstrato da existência num corpo-espírito que vai se moldando a cada movimento na linha infinita do tempo.
O lugar-entre que procuro, não se trata é aquele em que o peso é depositado sobre o corpo do outro. Mas sim “co-carregado” ao longo de uma certa geometria cósmica que ainda nâo consigo desenhar em palavras mas que tateio a cada vez que fecho os olhos e procuro vivenciar a minha existência física como um objeto, ou seja, para além das questôes individuais.
Como podemos caminhar juntos carregando com esforços iguais nossos ossos, nossos tecidos, nossos órgãos, nossas dores, nossas perdas, nossas paixões, nosso passado, nosso presente e nosso devir?
O equilíbrio nos relacionamentos é possível? Partilho aqui algumas imagens e momentos da prática na última sexta-feira 8 de Novembro de 2024 no cem centro em movimento.
A continuar na próxima.
christina elias
(EN)
Considering that existing happens in the place of relationships, whether with other people, with the environment, with objects...
The research I bring to light this season has been a daily training in the studio and all contexts that involve living for many years. Recently, I have felt an uncontrollable desire to share this long-lasting reflection, to ask questions together, to look for a relational place, a “space-in-between” where games of power and control do not define the rules. No positions. No guidance. It is not about obeying the other's dispositions. It's about sharing each other's weight. Yes, body weight. Not just the physical weight, but the abstract weight of existence in a body-spirit that acauires new shapes with each movement in the infinite line of time.
The place-between that I am looking for is not one in which the weight is placed on the body of the other. But rather “co-carried” along a certain cosmic geometry that I still cannot draw in words but that I feel every time I close my eyes and try to experience my physical existence as an object, that is, beyond individual borers of my skin.
How can we walk together carrying with equal effort our bones, tissues, our organs, our pain, our losses, our past, our present and our future? Is balance between our relationships possible? Here I share some images and moments from the practice last Friday, November 8, 2024, at cem center in movement.
To be continued.
Car(ry)ing
- initial question
antes de ser possível atravessar e ser atravessada
pelo outro que também sou, recolho
no silêncio de uma dança-escuta que parece
convidar-me a chegar, a ir chegando. um encontro
com o silêncio que me compõe.
O encontro com o que encontro, as cores, os desejos do dia, os detalhes da casa. nada se faz prático ou “automático”, limpar o chão, arquear o peito,
brincar com os olhos, dançar as mãos e os pés, escutar, arrumar os copos, curvar a coluna,
deslizar, beber chá de gengibre, ajuntar o lixo,
limpar o pó da estante, embalar, saltitar.
É uma viagem da atenção desde o recolhimento
do sono ao toque mundo.
Chegar a mim enquanto o outro chega a si,
escutando o entre-corpos, é de uma outra
natureza.
Escuto os desejos deste dia-outro que sendo
o “mesmo” é agora habitado por várias
camadas, diversas temporalidades e consistências, fluxos diferentes em diferentes
direcções.
A atenção viajante ondula mais para o atravessamento. Atravessar sendo atravessada.
Acompanhar o nascer desta fala-mundo
que não me permite insistir em convites
que não se aninhem no ar do entre-corpos.
posso bem ter desenhado toda uma prática plena
de especificidades mas quando o encontro
corpo-mundo se faz presente é esse entre que
modula o que pode ou não pode fazer-se gesto.
E ainda me vejo focar-desfocar com o retorno
de cada gestualidade, com as ondas que cada
corpo faz nascer, acompanhando com mais ou menos sentir de ir sendo... e o desajeito,
sempre esse desajeito de ser que deforma-transforma as complexidades da forma que parecia tão afinada enquanto nascia da potência.
Convido-me a não me ausentar do convite,
não sabendo.
sofia neuparth
novembro 2024
_ chegar a mim,
___ chegar a mim
______ enquanto o outro
_________ chega a si
Sinto que “comunicação” mora no movimento
de sair de um coro de corpos, entrar numa
dimensão de solitude, ver-me-sentir-me nessa “solidão acompanhada”, e trazer ao coro
a pergunta-desassossego-dança que me povoa
naquele momento, relacionando-me com as
oscilações de presença que se fazem vivas em mim, no entre-corpos, no coro que agora vejo “desde fora”.
se puder afinar com uma frequência que vou sendo eu, aceitando as tantas deformações
que a comunicação nutre, se, no desajeito
de ir sendo, puder deixar passar o “o quê”
que estou comunicando, o “para quem”
que comunico sem amputar a qualidade de estar ali, a qualidade do encontro, mesmo que esse encontro só apareça num outro momento, como
quando escrevo e partilho o que escrevo, por exemplo, se puder não me projectar para um
universo de “julgamento”, de “ataque-defesa”,
de controlo... se puder praticar o agarrar-largar
das matérias que comunico, que atravessam
entre mim e o outro...
talvez a comunicação aconteça.
sofia neuparth
novembro de 2024
C
o
m
u
n i c a ç ã o
C
o
m
u
n i c a ç ã o
No estranhamento do corpo que vamos brincando e acarinhando, tudo o que parece "por acaso" é vizinho d' "no momento certo".
Em não se saber, o sonho surge-me por vezes como um encontro.
o sonho das crianças que de dia ouviram o mesmo embalo, dançaram no mesmo recreio, fizeram siesta juntos após desajeitos diferentes.
É belo podermos presenciar esses corpos e escutar a voz que transporta a semente que vibra... está viva! está vivo o osso, que pesa... está vivo o pé, e os ísqueos que se alinham ao calcanhar.
as costas acompanham, nutrem o próprio feed-back.
nesta semana alguns apontamentos escritos vão surgindo...
ossos,
feedbacks,
pés e costas
the touch activates
a face como mistério
o poder dos ossos
através dos pés e mãos há outro espaço, outro plano.
como escutar desde aí?
viajo com
uma paleta de si
sou essa e também essa
cavei o osso até nascer o desejo
que esculpe o gesto
decantar o estar
conhecer o gesto ao acontecer
cavei o osso encontrei estrelas
acima ao longe
decantar o estar até chegar
aqui
eu peso eu mudo eu respondo ao chamado do ir
até o próximo
estar
cavar o osso até o desejo
pulsação na carne
cavar o osso até o avesso
cavar o tempo até o osso
camila venturelli
novembro 2024
patrícia barata
risco novembro 2024
do crânio À pélvis
da mandíbula AO sacro
desenho uma linha, entre outras linhas de várias cores, uma linha anatómica que se faz caminho.
essa linha parece desdobrar-se em dois momentos-calça através da pélvis e dos ísquios, até aos ancestrais joelhos, tornozelos e pés.
não me parece ser nada programado. é lindo poder atravessar entre o que parecem pés alinhados - em raízes enquanto árvore de sólido tronco -, com o que vai sendo escuta dos ossos que existem na gravidade.
um lavar de olho interno que me acompanha a ver o que está a suceder nesse alinhamento, desajeito.
descubro uma fascia que se organiza aos poucos, talvez. ou vai atravessando e distribuindo a atenção?
vejo como o mundo várias qualidades do movimento.
ao ver o outro a dançar sentimos a cor do outro.
as cores surgem, são várias assim mesmo...
como respira a coluna?
outro corpo que está dentro também,
que emerge
e o que respira a coluna?
conexão, estabilidade e estranheza
corpos-criaturas que ainda
não se tinha visto antes
como respira a coluna?
i
n
v
i
t
a
c
i
o
n
de referências até á atenção
sigo em viagem >>>>>>>>>>>>>>>>>>>
as mãos realmente sabem quando nos deixamos guiar
de um braço
toquei piano,
as melodias
vieram em cores
sonhei dancei uma coluna-lagarta na vertical suas 100 mil patas voltadas para trás moviam movimentos mínimos que aconteciam também na ponta dos dedos das mãos. a lagarta habitava um jardim com outras criaturas que apenas ali estavam também. às vezes um vento, uma chuva, uns humanos, mas as criaturas continuavam ali.
sem que se tivesse buscado uma historia romantica ou linear foram surgindo umas asas, mas várias, e iam esvoaçando com ísquio talón
ali também era uma criatura com outras criaturas, um ser que esvoaçava num certo deleite de dança e vento.
lagarta e vento
novembro 2024
el espacio empeza a cambiar
porque se cambiam cosas
adentro
_a l a r g a r _ o _ a g o r a_
como respira a coluna?
como respira a coluna?
como respira a coluna?
C
O
L
U
N
A
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
sigo em viagem
ligeiro pensamento...
...voltando ás sensações de temperatura...
O espaço modifica-se, a temperatura convida, ao mesmo tempo que a minha se entrelaça com o espaço...
Sinto que a cor temperatura que partilho é-me acarinhada em casa no meu regresso...
lembra-me as divisórias da casa cem e da casa paz.
dois espaços que me habitam, para além do meu corpo.
se o coração não é uma bomba, e sim um vortex, continuemos a espiralar e sentir
ainda aqui voltarei...
patrícia, nov. 24
casa,
coração corpo
15 outubro 24
Não sei se me lembro de brincar.
Eu sei que brinquei muito e nunca ficava sempre
no mesmo sítio (a brincar), mas não me lembro de brincar.
Lembro-me de brincadeiras de um passado próximo,
mas do passado passado são raras as memórias.
Nem sei se me lembro do que é realmente brincar. Posso brincar e não estar feliz? Posso brincar
e não ser feliz? Desassossega-me pensar se não brinquei quando devia. Ainda posso brincar) Ainda poderei brincar daqui a 5 minutos? Daqui a 2 anos? Depois de uma vida?
MeMóRiA
do BRinCaR
Uma hora no meu dedo, viaja pela sala, salta, trepa, arrasta. Blocos coloridos e pesados. Um tambor que toca. Mas já não toca outra vez. A bota cheia de palitos, palitos que voam e guiam o carro. Um carro de festa, de corrida, de vibrações. Abundante brincadeira, movimento e som, Fuga e aproximação. Uma combinação não combinada. Juntos e separados. Juntos ou separados. Corpos num corpo, comuns ao espaço que habitam. Pequenos brinquedos.
Brincar às cores. Brincar com a palavra brincar. Brincar com brincar e brincar a brincar. Brincadeira. Cadeira? Sentar e relaxar. Levantar de novo. Brincar de novo. Repetir a brincadeira de brincar a brincar. Fazer brincadeira. Ser-se brincadeira. A brincadeira surge.
A brincadeira vai-se. Procurar brinquedos e perder-me. Perder-me a brincar.
Beatriz de Sá
15 de outubro 24
28 outubro 24
Deixar a dança iniciando... Continuamente, deixar aparecer, a dança que já vai sendo dança, uma dança de fundo... Deixar aparecer a dança que já lá está, que já é sentida que já é dançada...
Depois apareceu a ampulheta e quando era ativada tudo entrava no que era muito lento, seja o que muito lento for... A princípio não se pausa, não se controla. Só deixa o corpo ir, ouvir e seguir... Depois, ainda que não saibamos do início, nem como começa, sabemos o fim, sabemos onde chegamos.
5 novembro 24
Cinthia e as Camilas. A dança que deixa de ser Beatriz... E pensar como é que a presença pode atravessar; Essa conversa que pode fazer sentido sem se perder. Transparência de corpo(s), desejo(s), mudança(s). Percorrer o espaço em comunicação, cheia de vibrações e ser-se só, só ser.
Pesquisa de atenções e presenças. Conexão de uníssonos. O início, o fim, o começo, o término. Deixar o não saber fluir, adentrar na sopa e co-existir.
- o ouvir
- o viver
- o perceber
- o sentir
- as ondas
- os convites
- o falar
- o sentir a liberdade
- o sentimento?
O
CORAÇÃO
DA
DANÇA
Beatriz de Sá
05 Dezembro
texto e vídeo-silêncio-sonoridades-velocidades
sobre o mergulho em possíveis cartografias do corpo-espaço
Quando no mesmo espaço começo a sentir a tríade a revelar-se, tal é a sensação na camera escura - uma fotografia a devolver visão do vazio ao amplo.
Assim veio mais uma camada da atenção, que não me era desconhecida, e agora perdura:
o que dança
o que observa quem dança
o que observa o observador que observa quem dança
a paisagem amplia as multifacetadas belezas...
... e daí as diferentes velocidades...
... entre o cheiro de frescura de uma camisola esticada...
... o toque do sol numas calças estendidas...
... as mil e uma mãos sentidas no meu corpo, que podiam ser duas mil e uma, tal transbordou o sorriso dessa massa para pão que foi corpo e campo. Ou mesmo como uma impressão colocada, que durante a noite e na cama continuava o embalo.
O toque tem atmosfera.
Quantos toques o mundo precisa...!
...
A tríade tem momentos, tem o momento em que não há apego ao observado também.
mas pela tríade lavo os olhos, os papéis tingem-se.
gosto de observar como o som e a alteração da velocidade podem acompanhar experiências, possivelmente diferente comunicação sentida para cada um...
o que é denso revelar-se humorístico,
o que é tentativa revelar-se perfeito desajeito,
o que é queda revelar-se beijo ao chão.
quando o "tempo pára", é já outra coisa, aí o som também não é a mesma coisa.
gosto da improvisação, pois é suplemento nutritivo para o movimento atravessar, e assim não cristalizar.
patrícia barata
t
r
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saio da rua dos fanqueiros com outro tempo a habitar o espaço
do meu corpo.
hoje é dia, e somente em cada dia o é, de navegar "duração e tempo".
quando começamos a apurar caminhos, esses dão tempo para ouvir.
são os ouvidos disponíveis para ouvir,
são as mãos disponíveis para ouvir,
são as mãos disponíveis para auscultar,
são os sons disponíveis para tocar.
o atrevimento da prática e do convite vai fazendo parte do meu novo vocabulário... o desejo, a chama de o fazer devolve-me-nos corpo.
adoro este atrevimento, sinto-me dentro de mim/em casa, ainda que possa fazer estes caminhos devolverem-se ainda mais em presença e observação - não querendo cristalizar expectativas nem ideias fixas.
a atenção pousa sobre a paisagem, do lado a lado.
ao permitirmos que aconteça, torna-se mais do que fazer.
permitir o falar e que a permissão aconteça é o "falar com".
move-me que ao caminhar, á saída da rua dos fanqueiros, este tenha despertado uma tranquilidade, diferente de inércia, diferente ainda mais da agitação de qualquer outro fazer.
é um caminhar com confiança, no sentido de um caminhar que o pé assenta na totalidade do chão e a zona pélvica e virilha acompanham o desajeito que meu movimento tem sido.
a respiração continua a querer ser"REI/RAINHA", dipolos ou narinas, viajando até aos rins, enchendo-os de ar, cada vez mais as costas se ajustam ao preenchimento.
as mãos, que moveram hoje, foram gravidade nos corpos: corpo da Camila que tinha uma questão na perna direita e escutei antes; corpo do Gonçalo que tinha mais uma camisola vestida; corpo do Pedro, que cantava com a sua presença; corpo da Sofia, que flectia pernas; corpo da Beatriz, sonoridades que cresciam; corpo do Aka, sentindo e escutando; corpo e mãos da Margarida, ajustando ligeiras torsões num outro corpo; corpo da C. Venturelli, mudando de temperatura.
De um dia para o outro a pedra comunicou em temperatura-mão, pedra-rim, pedra-costas-frente, pedra concava-convexa, corpo aberto corpo fechado
e entre a mão, abraçou a pedra e o chão.
continuar e deixar jorrar.
RISCO, 18 Dezembro, 2024
Patrícia B.
o
que
nos
move? I
o que nos move?
II